sexta-feira, 24 de julho de 2009

De volta à vida simples




Esta conversa entre Sua Divina Graça A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada e alguns de seus discípulos ocorreu no fazenda New Vrindaban da ISKCON, Virgínia Ocidental, em 24 de junho de 1976.



Discípulo: Srila Prabhupada, certa vez o senhor disse: “O trator é a causa de todos os problemas. Ele roubou todo o trabalho agrícola dos jovens. Ele os forçou a irem para a cidade e a se envolverem com a sensualidade”. O senhor disse que as pessoas tiveram que abandonar o campo e a vida simples da bondade e da consciência de Deus. E então eles foram para a cidade e se enredaram numa vida de ansiedades, o modo da paixão.

Srila Prabhupada: Sim. Na cidade, as pessoas naturalmente caem no modo da paixão: constante ansiedade devido é luxúria e esforços desnecessários. Na cidade estamos cercados por toda a classe de objetos artificiais para agitar nossa mente e sentidos. E, naturalmente, ao conseguirmos estas facilidades, ficamos luxuriosos. Entramos no modo da paixão e ficamos cheios de ansiedade.

Discípulo: No campo é mais tranqüilo. é mais fáci1 pensar em vida espiritual.

Srila Prabhupada: Sim. Ha menos doença. Tudo é menos estressante. No campo as dores cruciantes deste mundo material são atenuadas. Desse modo, você pode organizar sua vida visando a um beneficio verdadeiro. Beneficio espiritual. Compreender Deus; tornar-se consciente de Krsna. E se há um templo em sua casa ou perto dela, você tem uma vida muito feliz. Você trabalha só um pouco — apenas para sua manutenção — um mês e meio na primavera para plantar, e um mês e meio no outono para colher. E durante o tempo restante, você desenvolve sua riqueza cultural. Você ocupa todos os seus talentos e energias para compreender Deus. Consciência de Krsna. Esta é a vida ideal.

Você pode ver os minúsculos filamentos desta for? Nenhum outro processo manufatureiro deste mundo pode fazer isso — filamentos tão pequenos. E que cor brilhante! Por estudar apenas uma for, você se tornará consciente de Deus.

Há um mecanismo que chamamos de “natureza”. E dele vem o que vemos a nossa volta. Agora, como é possível que esse mecanismo seja tão perfeito? E quem foi que projetou esse mecanismo?

Discípulo: Certa vez em Londres o senhor disse: “Eles não sabem que as flores são pintadas. Krsna pinta as flores através de Seu pensamento”.

Srila Prabhupada: Sim. A maioria das pessoas pensa que por si mesma, sem um pintor, esta flor se tornou bela. Isto é tolice. “A natureza a fez.” Natureza de quem? Tudo está sendo feito pelo mecanismo natural de Krsna. Parasya saktir vividhaiva sruyate: o Senhor está orquestrando tudo através de Suas inumeráveis e inconcebíveis energias.

De qualquer maneira, aprendam a amar este modo de vida num espaço aberto. Produzam seus próprios cereais. Produzam seu próprio leite. Poupem tempo. Cantem Hare Krsna. Glorifiquem os santos nomes do Senhor. No final da vida, voltem para o espiritual para viver para sempre. Vida simples, pensamento do — vida ideal.

As modernas e artificiais “necessidades da vida” talvez pareçam melhorar esse dito conforto. Mas se a pessoa esquece a verdadeira meta da vida, isto é suicida. Queremos parar com esta forma de governo suicida. Diretamente não tentamos parar com o atual tecnológico. O aparente avanço tecnológico é suicida, mas não costumamos falar sobre isto.

Hoje em dia as pessoas estão muitíssimo apegadas a este dito avanço. Portanto, quando o Senhor Caitanya apareceu há quinhentos anos, Ele deu uma fórmula simples: cantem Hare Krsna. Mesmo sua fábrica tecnológica, você pode cantar. Prossigam apertando -botões de suas máquinas, mas cantem: “Hare Krsna, Hare Krsna” Todos podem se dedicar a Deus. O que há de errado nisso?

Discípulo: Os lideres sabem que quando alguém começa a os nomes de Deus, no decorrer do tempo ele perde seu gosto esta vida apreensiva da tecnologia.

Sri1a Prabhupada: Isso é natural.

Discípulo: Desse modo, as lideres sabem que estamos plantando sementes de sua destruição.

Srila Prabhupada: Onde está a “destruição”? Ao contrário, é construção: dedique-se a Deus, e viva para sempre. Este é o caminho adequado. Siga-o. Você viverá para sempre.

Através de nosso método, tyaktva deham punar janma naiti: após deixar esse corpo material, você não mais aceitará corpos materiais. Você recobra seu corpo espiritual e volta ao mundo espiritual. Mas sem esta compreensão espiritual, tatha dehantara-praptih: ao deixar este corpo material, você terá de aceitar outro corpo material.

Portanto, considere os dois métodos de vida. Qual é o melhor?

O método “avançado” — aceitar mais corpos materiais. Ou método “antiquado” — não mais aceitar corpos materiais. Qual é O melhor?

Assim que alguém aceita um corpo material, tem de sofrer: nascimento, velhice, doença e morte. Corpo material significa sofrimento. Portanto, se nos preparamos para que, após deixar este corpo, não mais precisemos nos submeter a sofrimento, isso é inteligente. Mas se nos preparamos para receber outro corpo material para sofrer mais, isso é inteligente? A menos que você compreenda o Senhor, a menos que você compreenda Krsna, terá de ficar neste mundo material e aceitar outro corpo. Não há alternativa.

Todavia, em nosso método compreendemos primeiro que na hanyate hanyamane sarire: quando o corpo se acaba, a alma continua vivendo. Infelizmente, muitas pessoas se tornaram tão ininteligentes que não conseguem compreender essa verdade simples.

Todos os dias de suas vidas, elas vêem que uma alma num corpo de bebê vai aceitar um corpo infantil, então um corpo adolescente, depois um corpo adulto e mais tarde um corpo idoso. As pessoas vêem, com os próprios olhos, como a alma transmigra de um corpo para outro corpo e então para outro corpo.

Entretanto, com seus cérebros obtusos elas não conseguem entender que na hora da morte, quando o corpo envelhecido se acaba, a alma vai para outro corpo, material ou espiritual. Mas elas não conseguem entender isso. Elas são tão ininteligentes! Não são capazes de fazer a simples distinção entre o corpo e a alma. Levará quinhentos anos para ensinar-lhes essa verdade simples — sua educação é tão avançada...

Graças à dita educação moderna, as pessoas se tornaram como asnos — sem nenhuma percepção da diferença entre o corpo e a alma.

Nossas crianças aqui tomam bastante leite?

Discípulo: Sim, tanto quanta desejam.

Srila Prabhupada: Sim. As crianças devem tornar pelo menos dois copos de leite par dia. Se elas tomam bastante leite, seus corpos ficam robustos e fortes, e elas desenvolvem uma inteligência aguçada para entender a diferença entre a corpo e a alma.

As pessoas vêem como nosso estilo de vida simples e natural beneficia a sociedade? Elas sabem que não matamos nossos filhos através de aborto, senão que as mantemos com baldes e baldes de leite? Esta não é uma civilização melhor?

Considere este ponto. Devida ao egoísmo, ou ao receio de “superpopulação”, elas matam as crianças — as mães matam as próprias filhos. Isso é civilização?

Discípulo: No Bhagavad-gíta Krsna diz que aqueles que estão no modo da ignorância aceitam a irreligião coma religião, e a religião como irreligião.

Srila Prabhupada: Religião? Para esses patifes de hoje, religião não existe. E não existe moralidade. Par exemplo, aqui temos tantas crianças, mas jamais dizemos: “Não podemos manter essas crianças — vamos matá-las”. Jamais dizemos isso.

Tantas crianças? Não se preocupem. Que todas elas sejam treinadas coma cidadãos conscientes de Krsna, conscientes de Deus. Que elas vivam confortavelmente e tomem bastante leite.

Então, qual é a civilização melhor? Correr par ai em automóveis — put-put-put-put-put — e matar o próprio filho. Isso é civilização?

Discípulo: Num sentido, algumas das crianças aqui nem mesmo são nossas. Quando, por exemplo, uma mãe descasada vem viver conosco, naturalmente também acolhemos seus filhos.

Srila Prabhupada: Isso é compaixão. Nós acolhemos as crianças —mas as patifes de hoje em dia as matam. Então, par que as pessoas não vêem a distinção entre nossa civi1izaçAo tradicional e sua suposta civilização moderna?

Discípulo: Elas não tem nenhum bom argumento contra nossa civilização e nassa compaixão, exceto que querem ser livres para fazer o que bem entendem. Nenhum empecilho. Completa liberdade.

Srila Prabhupada: Mas elas não são livres. Pelo contrária, são tolas. Não são livres. Quem pode estar livre da lei da natureza? Mas ainda assim elas pensam: “Somos livres”. Isso é apenas tolice.

Se você de fato fosse livre, então seria outra coisa. Mas pela lei da natureza você não é livre. Você é responsável até mesmo por seu mais insignificante ato. Ainda que você cometa a mais insignificante
maldade, será responsável. Então, qual é sua liberdade? Ahankara-vimudhatma kartaham iti manyate: “Identificando-se erroneamente com o corpo material, a alma confundida julga estar agindo livremente, mas na verdade suas atividades são levadas a cabo pelo corpo e pelos modos da natureza”. Porque a alma quer considerar-se a agente independente, porque quer aceitar a crédito e ser “responsável”, ela se torna responsável. Porque cia prefere agir par sua própria canta a agir em nome de Deus, então ela fica sujeita a prestar contas. Portanto, qual é sua liberdade? A energia material do Senhor — essa energia que chamamos de “natureza” — continua trabalhando, com ou sem sua aprovação. Se você é livre, então por que seu corpo está envelhecendo e vai morrer? Se você é livre, então não morra. Ninguém quer morrer — a menos que seja um louco. Então, por que esses patifes de hoje em dia pensam que são livres quando na
verdade estão fadados a morrer? Qual é a resposta?

Discípulo: Eles dirão alguma insensatez. “Eu aceito a morte como parte da vida.”

Srila Prabhupada: A morte faz “parte da vida”?

Discípulo: Sim. “É natural.”

Srila Prabhupada: Então, seu patife, par que quando há algum risco de marte, você foge? Sente-se e morra. [Risada].

Na verdade, você não aceita a morte está apenas blefando, falando tolices. Você não quer morrer. Isso é um fato. Está falando tolices “Eu aceita a morte” — mas você não a aceita. Não, não aceita mesma. Mas como não tem escolha, então diz: “Eu aceito a morte”. O fato verdadeiro é que você não quer morrer. Infelizmente, você descobre que não tem nenhuma alternativa. “Então aceito. Tudo bem.” [Risada.]

Eles podem falar essas tolices, mas um homem inteligente não quer morrer. Ele deseja atingir a realização espiritual e então retornar para o mundo espiritual e viver com Deus. Ele deseja encontrar a maneira de evitar a morte para sempre.

Discípulo: Certa vez um estudante universitário me disse: “Morte? Não tenho medo da morte”. Porém, quando fiz que ia bater nele, naturalmente ele se esquivou de medo. “Viu?” eu disse. “Você tem medo.”

Srila Prabhupada: Mesmo um cão teme a morte. Que se dizer então de um homem. Quando os animais vão ser abatidos, eles choram de medo. Mesmo as animais temem a morte. Portanto, é óbvio que o homem teme a morte. Todos temem a morte.

Discípulo: As vezes as pessoas dizem: “Estamos nos divertindo. Por que vocês vivem nos aborrecendo falando sobre a morte?”

Srila Prabhupada: Por quê? Porque eu amo você. E sou inteligente o bastante para entender que quando você morrer, quando deixar esse corpo, poderá obter um corpo degradado e passar sua vida seguinte como um cão. Eu me preocupo com você “Por favor, amigo, não se torne um cão”.

Digamos que uma criança esteja empinando um papagaio do telhado de algum prédio, e um cavalheiro a vê — correndo despreocupadamente daqui para ali, quase caindo do telhado. É claro que o cavalheiro dirá: “Ei! você vai cair!” Este é seu dever.

Então, a criança talvez grite: “Deixe-me em paz! Por quê você está me aborrecendo?” [Risada]

“Porque sou um ser humano,” dirá a homem, “e você é uma criança tola. Por isso, eu a estou aborrecendo.”

Srila Prabhupada: “Aborrecer” alguém que vai se matar — isso é natural. Mesma que você não conheça a outra pessoa, ainda assim, se você for um cavalheiro, desejará dar-Ihe alguma proteção. Esse é o dever de um cavalheiro.

Talvez alguém diga: “Mas, acima de tudo, você está aborrecendo a si mesmo. Por que você está aborrecendo a si mesmo?” Mas como ser humano, devo me preocupar. Todo ser humano verdadeiro fará o mesmo.

Mesmo o Senhor Krsna vem — aborrecendo a si mesmo. Yada yada hi dharmasya glanir bhavati bharata: “Sempre que essas pessoas da Terra se tornam patifes e tolas, Eu desço de novo e as liberto”.

Desse modo, aqueles que são servos de Deus — eles fazem a mesma coisa, em nome de Deus. E por isso são enaltecidos, porque fazem a trabalho de Deus. Eles não enganam a público.

Portanto, para o bem das pessoas em geral, eu lhes peço que adotem essa vida rural com grande entusiasma. Ajudem as pessoas a conhecer este tradicional modo de vida natural. Vocês devem ajuda-las a ver como elas podem ser felizes, como podem voltar ao Supremo.

Por isso, desenvolvam este projeto — vida simples, pensamento elevado. Esta civilização moderna é tão detestável! Uma civi1ização detestável, artificialmente aumentando as ditas necessidades da vida. Anartha — “melhoramentos” desnecessários e prejudiciais.

Discípulo: Não o teríamos entendido caso o senhor tivesse dito isso oito ou dez anos atrás. Agora entendemos um pouco melhor.

Srila Prabhupada: Sim. Vejam essa luz elétrica, por exemplo. Para obtermos luz precisamos apenas cultivar mamona e extrair o óleo. Como tudo o mais, obtemos luz da Terra. A civilização moderna obtém luz de complicados geradores elétricos. Mas na verdade eles obtém energia do petróleo. Isso quer dizer que eles também obtém a sua energia da Terra.

Eis a diferença: nós obtemos nossa energia de maneira tão simples e fácil. Mas para encontrar petróleo eles têm de cavar enormes buracos na terra e até mesmo incomodar o solo do oceano. Portanto, isso é chamado de ugra-karma, trabalho horrível. E tão logo cessar seu suprimento de petróleo, tudo parará.

Vejam só. Tudo o que você precisa fazer é cultivar um pouco de mamona, extrair o óleo, colocá-lo num pote, adicionar um pavio e haverá luz. Mas mesmo que aceitemos que você melhorou um pouco o sistema de iluminação, ainda assim, iluminação não é a necessidade principal da vida. E para permanecer artificialmente avançado — passando da lamparina de óleo de mamona para esta 1âmpada elétrica moderna — é necessário trabalhar tão arduamente. E necessário ir para o meio do oceano e lá cavar o seu solo. Dessa maneira, você esquece seu verdadeiro dever espiritual na vida.

Deus lhe deu tanta energia e inteligência para atingir a auto-realização. Primeiro você deve compreender essa posição precária em que está — morrendo repetidas vezes, vida após vida, e nascendo repetidas vezes em diversas espécies de vida para sofrer mais e mais. Este é o seu problema, e esse problema tem de ser resolvido agora que você recebeu uma forma humana.

Na vida humana, afinal de contas, você possui inteligência desenvolvida. Mas em vez de usar essa inteligência desenvolvida em prol da auto-realização, o homem moderno a usa para passar da lamparina de óleo de mamona para a lâmpada elétrica. Isso é tudo.

Tente apenas entender esse ponto. Qual é o aprimoramento dessa civilização moderna? Enquanto estava preocupado em evoluir da lamparina de óleo de mamona para a lâmpada elétrica, você esqueceu seu verdadeiro dever. Você perdeu seu verdadeiro eu.

Todavia, essa dita civilização prossegue com esse avanço. Isto se chama maya, ilusão. Em troca de alguma felicidade fictícia, você fracassa em seu verdadeiro dever, em todo o propósito de sua vida.

Talvez você não admita, mas está sob o controle da natureza: mais cedo ou mais tarde, você terá de deixar este corpo material. Talvez você faça um ótimo arranjo para viver com conforto aqui. Mas a natureza não permitirá que você viva com conforto aqui. Você terá de morrer.

E após a morte você ainda vai obter outro corpo material. talvez nesta vida você trabalhe para manter uma casa com lâmpadas elétricas de primeira classe e assim por diante. Você trabalha tão arduamente. Mas, se na vida seguinte, devido às leis da natureza, você obtém um corpo de cão, então qual! é o beneficio? Ninguém pode deter as leis da natureza. Assim, se a natureza lhe concede um corpo de cão como recompensa a seus esforços, qual é o beneficio? Hum? Qual é a resposta?

Discípulo: Vida simples, pensamento elevado.

Srila Prabhupada: Sim, mas aqui está a acusação. Agora, qual é sua resposta? Nesta vida talvez você esteja vivendo muito confortavelmente. Mas Se, devido ao fato de negligenciar Deus e a alma, em sua vida seguinte você nasce como um cão, então qual é o benefício?

Esta é a acusação. Então, como este “homem moderno” irá responder a essa acusação? Ele pode negar que vai nascer como um cão?

Discípulo: Ele dirá que não acredita nisso.

Sri1a Prabhupada: Não importa se ele acredita ou não acredita. Veja esta criança. Ele é apenas um menininho, por isso não sabe nada sobre seu futuro. Mas sua mãe sabe, seu pai sabe e eu sei que algum dia ele vai ser um rapaz.

Se ele diz: “Não, não serei um rapaz”, isto é infantilidade. Seus pais sabem que este menino vai se tornar um rapaz, e por isso deve receber boa educação. Este é o dever de seus protetores. É óbvio que uma criança — ou alguém que é infantil — não sabe o que vai ser no futuro. Ele não conhece a futuro de sua vida. Mas isso quer dizer que o futuro de sua vida não é um fato?

Por isso, a criança talvez não acredite que irá ter o corpo de um jovem. Ela talvez não saiba que no futuro terá de aceitar outro corpo.

Mas essa ignorância pode alterar o fato? Ele pode acreditar ou não.

Não faz diferença.

E, do mesmo modo, se os patifes de hoje em dia dizem: “Eu não acredito na vida seguinte — eu não acredito que irei ter uma vida seguinte”, a ignorância deles não altera o fato. Os patifes, os loucos, podem falar assim, mas o fato — a lei da natureza — permanece. Karanam guna-sango ‘sya: De acordo com a maneira que você age, de acordo com os modos da natureza em que você se enredou, irá receber um corpo adequado em sua vida seguinte. O fato verdadeiro e que esses patifes terão de aceitar um corpo exatamente adequado a seu desenvolvimento espiritual, ou falta de desenvolvimento espiritual. O que eles acreditam ou deixam de acreditar não faz nenhuma diferença.

Discípulo: Mas se eles argumentarem: “Vocês querem que nós larguemos nossa civilização industrial para podermos passar mais tempo nos preparando para a vida seguinte. Mas essa civilização baseada na vida rural parece-nos muito difícil. Preferimos trabalhar numa fábrica por oito horas e então voltar para casa e nos divertir”.

Srila Prabhupada: Não, vocês podem se divertir, assim como nós. Nós comemos, dormimos e assim por diante; todos fazem isso de alguma maneira. Mas se você se diverte de tal maneira que se esquece de seu verdadeiro dever espiritual na vida, isso é inteligente? Seu verdadeiro dever, agora que recebeu esta forma humana, é aprimorar sua vida seguinte — recobrar sua forma espiritual original e voltar ao lar no mundo espiritual.

De qualquer maneira, você terá uma vida seguinte. Agora, digamos que devido a suas ações atuais, em sua vida seguinte você tenha de aceitar a forma de um cão. Isso é sucesso? Portanto, todos devem aprender essa verdadeira ciência: como, em vez de se tornar um companheiro de cães, poder se tornar um companheiro de Deus. Isso é inteligência. Isso é sucesso.

Discípulo: Porém, nesta vida, por que é melhor, por exemplo, obtermos iluminação através do óleo de mamona? E se consideramos que é melhor obter iluminação através da extração de petróleo? Por que cultivar mamona é melhor do que escavar buracos para extrair petróleo?

Srila Prabhupada: Você precisa de alguma espécie de iluminação. Tudo bem. Por isso, você resolve esse assunto tão simples e rapidamente quanto possível. Durante o resto do tempo que poupou, você busca e aperfeiçoa sua auto-realização. Você aprende sobre a alma e sobre sua relação com a Alma Suprema. Esta e a vida ideal. Essa criança, por exemplo, só pensa em brincar — e não em se tornar educada e culta. Ela só quer melhorar seus brinquedos ou sua brincadeira. Isso é inteligência muito boa?

Discípulo: Não, do ponto de vista educacional, ela está desperdiçando muito tempo. Mas, a respeito desse assunto — as pessoas nas fazendas trabalham horas e horas a fio.

Srila Prabhupada: Isso não acontece em fazendas pequenas, digamos, de dois ou três hectares. Na primavera você trabalha um mês e meio ou dois para plantar; e no outono, um mês e meio ou dois para colher. Se você pensa que aprimorar seus arranjos elétricos é melhor do que levar uma vida simples, não temos nenhuma objeção. Mas se você esquece seu verdadeiro dever espiritual, isto é inteligente?

Discípulo: Não, é.

Srila Prabhupada: Esta é a nossa proposta. O verdadeiro interesse da vida é tornar-se consciente de Deus, consciente de Krsna. Se apenas para melhorar sua condição material você esquece seu verdadeiro dever espiritual, isso é inteligente? Por isso, essa dita inte1igência moderna d chamada de duskrti Krti significa “recursos”. Mas dus significa “atividades pecaminosas e prejudiciais”. Eles utilizam seus recursos para atividades prejudiciais. Consideremos, por exemplo, esses comedores de carne de hoje em dia. Quando os homens incivilizados que vivem na floresta precisam comer algo, eles atiram flechas ou 1anças em algum pobre animal. O animal então morre e eles comem sua carne. Esses comedores de carne de hoje em dia, entretanto, em vez de matarem o animal com uma lança, criaram matadouros com sofisticada maquinaria para matar o animal.

Talvez eles pensem que isso d desenvolvimento. “Agora, usamos nossa sofisticada maquinaria em vez de atirar uma 1ança. O método antiquado leva tanto tempo. Mas agora podemos matar muitíssimos animais por hora.” Isso é desenvolvimento?

Veja só a que ponto chegaram esses tolos e patifes. Eles acreditam que seus matadouros constituem um aprimoramento, um marco da civilização. “Quando éramos incivilizados, atirávamos uma lança em algum animal e comíamos sua carne. Mas agora, embora o mesmo — matar algum pobre animal e comer sua carne —, melhoramos nossa técnica de matança.” É isso o que acontece em nome de avanço da civilização. Você acha que isso é avanço da civi1ização?

Agora que levamos uma vida simples nesta fazenda — por fim, somos civilizados. Por exemplo, em vez de matarmos a vaca, apenas tomamos seu leite sem matá-la — e então fazemos manteiga, iogurte, creme de leite, ricota, coalhada e toda a classe de preparações deliciosas. Isto é civilização.

Mas matar é pecaminoso. Ninguém tem o direito de matar criatura alguma — nem mesmo uma formiga — porque ninguém pode devolver a vida a essa criatura. Portanto, matar é contra a lei da natureza, a lei de Deus.

Nas escrituras o Senhor nos adverte: “Matar é uma transgressão das leis da natureza, Minha lei. Matar criaturas inocentes é a atividade mais pecaminosa. Se você usa seus recursos humanos para realizar essa atividade tão pecaminosa, então terá de sofrer em sua vida seguinte”.

Discípulo: Mas nós, homens modernos, não acreditamos que os matadouros são pecaminosos.

Srila Prabhupada: Essas dec1arações disparatadas — “Nós acreditamos...” “Nós não acreditamos...” Se você quebra a lei mais básica de Deus — “Não matarás” — então você é um patife. Portanto, que diferença faz o que você acredita ou não acredita? Você não passa de um patife.

Quem se importa com o que um patife acredita ou deixa de acreditar? Por exemplo, uma criança pode receber uma informação concreta e dizer: “Eu não acredito”. Sua mãe dirá: “Você é um patife. Vá para o seu quarto”.

Por isso, os patifes podem acreditar ou não que terão uma vida seguinte e que não devem matar os animais. Quer acreditem, quer não acreditem, qual é a diferença? A vida seguinte faz parte da lei da natureza. Aqueles que não acreditam são mudhas, asnos. E em sua vida seguinte eles irão para seu quarto — a Mãe Natureza os confinará em corpos de porcos, cães ou asnos.

Tatha dehantara-praptih. No Bhagavad-gíta, o Senhor Krsna dá este exemplo simples: Assim como a alma obtém novos corpos nesta vida — primeiro um corpo de bebê, então um corpo de criança, a seguir um corpo de adolescente, depois um corpo de adulto e por fim um corpo de velho — do mesmo modo, depois desta vida, ela obterá um outro novo corpo.

Qual é a dificuldade para entender este fato simples? Sabemos que qualquer que seja o corpo que tenhamos no momento, ele não permanecer. No ventre, a alma tinha um corpo minúsculo. Ao nascer, ela tinha um corpo consideravelmente maior — um corpo novo. E com o decorrer do tempo, ela obterá um outro novo corpo, e depois um outro novo corpo, e mais outro novo corpo. E se no final desta vida ela permanece ignorante de sua verdadeira identidade espiritual, então a natureza a forçará a entrar em outro ventre e em outro novo corpo material.

Portanto, é muito difícil lidar com patifes que não acreditam no eu espiritual — a alma. É difícil lidar com esses patifes ignorantes. Isso é um fato. Mas devemos saber também que em sua ignorância, tudo o que eles fazem na vida resulta em derrota. Derrota. Eles perdem a oportunidade inestimável de voltar para o mundo espiritual. Em vez disso, eles terão de ficar neste mundo material e aceitar mais e mais corpos materiais — mais ciclos de nascimento, velhice, doença e morte. Os patifes ignorantes, em virtude de sua própria ignorância, são derrotados automaticamente.

[Para um discípulo] Seu bebê acredita que vai ter um corpo de jovem?

[Para o bebê:] Você acredita? [Risada.] Hum? Qual é sua opinião? Agora, aqueles que são comedores de carne irão obter corpos abomináveis em suas vidas seguintes. Em virtude de sua crueldade brutal, a natureza os forçará a aceitar corpos de porcos e cães.

Portanto, por que você não informa essas almas desafortunadas? Diga-lhes: “Amigo, você não precisa matar animais. Quando uma de nossas vacas morrer, você pode vir aqui à nossa fazenda e levar a carcaça. Você terá um farto suprimento de carne, sem nenhuma despesa”.

Discípulo: Isso seria ilegal. O governo não permitiria tal coisa.

Sri1a Prabhupada: Matar é ilegal, de acordo com a lei de Deus. Mas o governo não quer seguir a lei de Deus. Eles preferem seguir seus próprios caprichos cruéis.

Por um lado, o governo proíbe os comedores de carne de comer animais que morreram de morte natural. Por outro lado, eles permitem que os comedores de carne submetam milhões de animais a uma morte antinatural e dolorosa nos matadouros.

São esses as patifes que estão no poder. Mas legalmente — de acordo com a lei de Deus — eles deveriam permitir que os consumidores de carne comessem apenas animais que morreram de morte natural.

Na Índia, por exemplo, depois que algum animal morre, as pessoas vêm e levam a carcaça — de graça. Eles levam sem ter que pagar nada. Eles utilizam a pele para fazer sapatos e assim por diante. Eles utilizam a carne para comer. Que eles cozinhem e comam isso, se quiserem. O fazendeiro não cobra nada.

E nós não cobraríamos nada. “Aqui está. Podem levar isso. Por que criar matadouros? Levem isso.”

Discípulo: Hoje em dia o governo se opõe até mesmo ao fato de se deixar as animais selvagens comer a carcaça.

Srila Prabhupada: Que! Se as chacais e raposas vêm e comem a carcaça, a governo não gosta? Ele preferiria que as chacais e raposas viessem comer as pessoas da cidade?

Se esses animais selvagens tem alguma carcaça para comer, eles não atacam as seres humanos. Se um animal selvagem não estiver faminto, ele não nas atacará. Mesmo um tigre feroz — se sua fome está satisfeita, ele não ataca.

Portanto, algum dia, quando o governo for constituído de homens santos, não haverá mais matadouros. E vocês poderão anunciar:

“Temos carcaça de vaca — grátis”. Quem for açougueiro e sapateiro poderá levar a pele e a carne de graça. Se tivessem que obter essas coisas de algum matadouro, teriam de pagar. Mas dessa maneira eles terão mais lucro.

Discípulo: Srila Prabhupada, muitas pessoas podem contestar: “Não queremos comer uma carcaça envelhecida, quase decomposta. O animal tem de ser morto em vida”.

Srila Prabhupada: Esse argumenta não é válido. Por exemplo, nos aviões eu vejo outras passageiros comendo lagosta. Ela é tão decomposta que se tornou exatamente como pus. E é assim que eles comem. Discípulo: Eles não podem comer um animal quando a carne está fresca. Eles jamais comem carne de vaca fresca. Eles envelhecem a carne pelo menos três semanas; senão, dizem eles, não é saborosa. [Risada]

Srila Prabhupada: Sim. De qualquer maneira, a carne tem de ser parcialmente decomposta. Portanto, assim como se faz com as seres humanos, deve-se permitir que as animais morram de marte natural.

Discípulo: Srila Prabhupada, podemos ressaltar todos as benefícios desta civilização espiritual ideal, mas muitas pessoas dirão “Isso está bem para vocês, mas não é prático para nós”.

Srila Prabhupada: O que não é prático para vocês em nosso sistema de civilização? Nosso sistema significa realização espiritual e com paixão — bondade para com todas as criaturas do Senhor. E seu
sistema significa crueldade civilizada. Seu sistema também não é prático para nós.
Sim, este é nosso sistema tradicional: levar uma vida simples, tratar com bondade todas as criaturas do Senhor e, então, no final da vida, voltar para a mundo espiritual. E qual é a sistema desses patifes
modernos? Levar uma vida luxuosa, tratar cruelmente os animais e os bebês não nascidos e, então, ir para o inferno. O sistema deles não é prático para nós. Não podemos seguir esse sistema.
Porém, de qualquer maneira, se pudermos manter uma comunidade perfeita baseada em vida simples e pensamento elevado, isso será suficiente. Não há necessidade de angariar votos. Pouco a pouco
as pessoas verão por si mesmas que esse modo de vida tradicional é de fato conveniente e muito prático.
Agora, você recebeu esta jóia: vida espiritual é tranqüila.

Então faça um bom usa dela. Tome sua vida perfeita. Brahmanda bhra-mite kona bhagyavan jiva, guru-ksna-prasade paya bhakti-lata bija .“Após vagar par muitas universos durante muitas vidas, a alma afortunada obtém a misericórdia de um mestre espiritual genuíno e de Krsna — e a semente do eterno serviço devocional ao Senhor.” Também não dizemos às pessoas: “Civilização espiritual quer dizer que você passa fome, que você desnecessariamente cria dificuldade para seu corpo”. Não. “Viva bem. Coma bem. Mas leve uma vida simples, para que você possa poupar tempo para avançar em consciência de Deus.” Este é nosso programa. E qualquer um pode aprender isso, casa queira.

Afinal de contas, mesmo esses patifes de hoje em dia são seres humanos, dotados de inteligência humana. Eles podem aprender.

Portanto, prosseguiremos falando a verdade. Mas levar essa vida na prática é a nosso principal dever. Quer algum de meus discípulos tenha ou não a propensão a pregar, que ele pregue através do exemplo. Que sua própria vida seja perfeita. Que ele ensine por seu próprio exemplo.

O segredo é tornar o Senhor o centro de tudo o que fazemos.

Preocupe-se com Krsna. Então naturalmente você não terá que se preocupar com o corpo material. Dedique toda a sua afeição a Krsna. Então, você não terá de dispensar excessiva afeição ao corpo material, que, afinal de contas, é temporário e não é seu verdadeiro eu.

Porque as pessoas hoje em dia caem no conceito errôneo de que a corpo material é o eu, elas conseqüentemente desperdiçam tanto tempo, esforço e dinheiro. Não é assim? E tudo por algo que não vai perdurar. Por que não transferir nosso amor para o eu espiritual e para o Eu Supremo — torná-lO nosso amado e desfrutar a vida com Ele eternamente? Esse é a nosso sistema de civilização.

Discípulo: Srila Prabhupada, a senhor disse que se a pessoa glorifica Krsna, então seu coração se torna glorioso e ela se sente satisfeita.

Srila Prabhupada: Sim. Este sistema de civilização não é uma mera moda ou um capricho. É para nosso benefício. Por vermos e ouvirmos Krsna ser glorificado, ficaremos satisfeitos. Isso é natural: nós nos sentiremos satisfeitos porque de fato somos seres espirituais, partes integrantes de Krsna.

Por isso, mostrem às pessoas como elas podem servir e glorificar o Senhor em sua vida cotidiana. Então elas se livram da propensão a ir a supermercados procurar algum nova invento ou alguma nova moda para glorificarem a si mesmas. Tudo isso estará acabado. Milhões e bilhões de pessoas — glorificando ao Senhor, elas serão felizes. Este é o nosso sistema de civilização: todos satisfeitos.

Mesmo esses animais que vivem conosco em nossas fazendas estão satisfeitos. Eles não têm medo. Se eles estão descansando e algum de meus discípulos se aproxima, eles não fingem nem ficam com medo. Eles chegaram a entender: “Essas pessoas nos amam. Eles não vão maltratar-nos. Estamos seguros. Estamos em casa”. Qualquer animal, seja um pássaro, seja um fera, pode perceber esse sentimento de segurança e amizade.

Vejam só essas vacas. Elas sabem que todos vocês são seus amigos. Os animais podem entender isto. Pode-se fazer amizade até mesma com leões e tigres. Sim. Eu já vi isso. Na Feira Internacional de Nova Iorque, um homem abraçava um leão, e o leão brincava com ele como um cão brinca com seu dono. Eu vi isso.

Discípulo: Também é comum vermos esse tipo de coisa em circos — um homem enfiando a cabeça na boca do leão.

Srila Prabhupada: Sim.

Discípulo: Se você não o alimentou, então é perigoso. Mas se você o mantém bem alimentado, pode até enfiar a cabeça dentro de sua boca.

Srila Prabhupada: Naturalmente. Animal significa “ser vivo, ser espiritual”, não alguma pedra morta. Por isso, ele pode entender: “este homem está me alimentando — ele é meu amigo”. O sentimento de amor, amizade — tudo isso existe até mesmo nos animais.

Discípulo: Tudo, exceto consciência de Deus.

Sri1a Prabhupada: Em geral a alma só pode chegar à consciência de Deus na forma de vida humana. Mas mesmo numa forma animal ela pode se tornar consciente de Deus, mediante a associação com alguém que seja consciente de Deus.

Discípulo: Srila Prabhupada, eu pensei que o senhor tivesse dito que o amor é impossível entre seres humanos e animais, porque eles pertencem a espécies diferentes.

Srila Prabhupada: Pertencer a mesma espécie é muito conducente para o amor. Mas o amor é possível entre qualquer entidade viva — porque toda entidade viva é espirito, parte integrante de Deus, o Espirito Supremo.

Portanto, amor genuíno requer que centralizemos nosso amor em Deus, em Krsna. Esse amor pode tornar este mundo tão bem-aventurado quanta Vrndavana, o mundo espiritual, onde os seres humanos amam a Krsna, os animais amam a Krsna, as árvores amam a Krsna, todas amam a Krsna — onde todos amam-se uns aos outros, porque Krsna é a ponto central. Essa é a perfeição da civilização, a perfeição do amor.

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हरे कृष्णा हरे कृष्णा = hare krsna hare krsna
कृष्णा कृष्णा हरे हरे = krsna krsna hare hare
हरे राम हरे राम = hare rama hare rama
राम राम हरे हरे = rama rama hare hare
Sri Guru-carana-padma

Os pés de lótus de Sri Guru

Srila Narottama dasa Thakura


sri guru-carana-padma, kevala bhakti-sadma

vando mui savadhana mate

jahara prasade bhai, e bhava toriya jai

krsna-prapti hoya jaha ha’te


Os pés de lótus de Sri Gurudeva são o depósito de riquezas de sri, prema-bhakti imaculada por Krsna. Mui cuidadosamente adoro e sirvo estes pés de lótus (gurupada padma). Por sua misericórdia, ó irmão, qualquer um pode atravessar este vasto oceano de miséria e alcançar os pés de lótus de Sri Krsna.


guru-mukha-padma-vakya, cittete koriya aikya

ara na koriho mane asa

sri guru-carane rati, ei se uttama gati

je prasade pure sarva asa



Ele me concede a dádiva da visão transcendental e ilumina o meu coração com conhecimento transcendental. Ele é meu mestre nascimento após nascimento. Dele emana prAs palavras que emanam da boca de lótus de Sri Gurudeva devem ser abraçadas dentro do coração. Nenhuma aspiração, além de suas palavras, deve lá entrar porque suas instruções conduzem-nos ao objetivo mais elevado – rati, ou apego aos seus pés de lótus. Por sua graça, todos nossos desejos por perfeição espiritual são satisfeitos.


caksu-dana dila jei, janme janme prabhu sei

divya-jñana hrde prakasito

prema-bhakti jaha hoite, avidya vinasa jate

vede gaya jahara carito

ema-bhakti, amorosa devoção divina, pela qual a ignorância é destruída. As escrituras védicas cantam o seu caráter.


sri guru karuna-sindhu, adhama janara bandhu

lokanatha lokera jivana

ha ha prabhu koro doya, deha more pada-chaya

tuwa pade lainu sarana

(ebe jasa ghusuka tribhuvana)

Sri Gurudeva é o oceano de misericórdia, o maior amigo dos desamparados, a vida e alma de todos! Ó mestre, seja misericordioso! Ai de mim! Ó Gurudeva, dê-me sombra aos seus pés de lótus – pois a eles me rendi.
Sua fama se espalhará por todo os três mundos).


JAYA SRILA PRABHUPADA